O Eflúvio Telógeno Pós Contaminação
Por Marina Ulhôa, Especialista
O surto da COVID-19 pode ser estressante para as pessoas. O medo e a ansiedade sobre a doença podem ser danosos e causar emoções fortes em adultos e crianças. Todos nós reagimos de maneira diferente a situações estressantes. Entenda como o COVID-19 causa queda aguda dos cabelos e estão relacionados com o medo, ansiedade e estresse?
Como reflexo de tais situações, a queda intensa e aguda de cabelos, conhecida tecnicamente como Eflúvio Telógeno, onde são identificadas no período de queda capilar onde pode-se observar a perda de mais de 600 fios por dia. Em casos associados à COVID-19, o Eflúvio Telógeno, na maioria das vezes, desenvolve-se no período entre três a quatro meses após a instalação do agente desencadeante, este caracterizado por estresse físico ou emocional, uso de medicamentos, febre e infecção.
Neste contexto, o Eflúvio Telógeno é apenas uma das patologias que podemos desenvolver nesse período tão delicado de pandemia. Diante dos sintomas físicos—queda intensa dos cabelos—sugere-se a manutenção da calma e a procura por profissional especializado—tricologista, dermatologista ou terapeuta capilar—, assim que possível. Isto com objetivo de cessar, amenizar ou até mesmo reverter o processo de perda permanente dos cabelos, possível na maioria dos casos quando o Eflúvio Telógeno agudo é identificado precocemente.
Por que o cabelo cai?
A queda dos cabelos faz parte do ciclo de vida natural dos fios capilares. Todos os dias, perdemos certa quantidade deles, o que não é motivo de preocupação. A luz amarela, o alerta, acende quando há um aumento na quantidade da queda normal dos fios, que pode ser percebida na escova, na fronha ou no ralo do banheiro, por exemplo.
O ciclo de crescimento do cabelo é composto por três fases que se repetem continuamente por todo o ciclo de vida capilar. Ainda que haja registros na literatura que apontem a existência de cinco fases do ciclo, para simplificar, foquemos em apenas três fases, que considero principais: Anágena, Catágena e Telógena. A fase anágena consiste no período de crescimento do fio; a catágena no período de transição, com o fio já desenvolvido, que sinaliza o final da etapa anterior; por fim, a fase telógena é caracterizada pelo período de queda natural do fio.
Durante a primeira fase, a anágena, hiperproliferativa, o folículo piloso precisa de equilíbrio fisiológico para que o ciclo capilar mantenha-se normal e os fios cresçam saudáveis. Um dos grandes fatores da queda de cabelo, o estresse, pode fazer com que um número significativo de folículos passem da fase anágena bruscamente para a telógena.
Ao final da fase telógena, se o folículo não retornar mais à fase anágena, ou seja, não produzir mais fios de cabelo, tem-se então o início da alopecia, que é a perda, definitiva ou não, de cabelos ou de pelos de outras partes do corpo.
Tratamento e cuidados com os cabelos
O tratamento depende do fator desencadeante e seu controle. Uma vez afastado o agente desencadeante, em geral após dois ou três meses, o processo cessa, e a queda se resolve de forma espontânea, mas causa grande preocupação pela intensidade e rapidez da instalação.
Portanto, identificar e corrigir possíveis causas subjacentes e manter a calma são as recomendações mais importantes no tratamento. Além da adoção de hábitos e alimentação saudáveis, produtos adequados e cuidados específicos tanto com os cabelos quanto com o couro cabeludo.
Marina é Farmacêutica Tricologista e Terapeuta Capilar especializada em saúde, transição e corte de cabelos ondulados, cacheados e crespos. É sócia fundadora do Fusilli—espaço dedicado ao corte, saúde, tratamento e transição capilar— onde atende regularmente. Além disso, Marina exerce atividades voluntárias para o acolhimento de pessoas em situação de violência junto à Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, Instituto Jenny Faria.
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Marina Ulhôa
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Agradecimentos:
À Gállica Farmácia de Manipulação, através de Helbert Bontempo, pelo convite, pela oportunidade e pela confiança.
Ao doutor Felipe Domingues, pelas orientações e revisão de conteúdo e escrita.
